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26/05/2016
HIDRÔMETRO INDIVIDUAL - PENSANDO NO PROJETO
A princípio, tudo parece muito simples: basta colocar um hidrômetro para cada apartamento e pronto! O problema está resolvido!
No entanto, até que esse hidrômetro seja colocado, é preciso discutir uma série de coisas no projeto da edificação. Onde ficarão os hidrômetros, de modo que estejam disponíveis, com fácil acesso, para leitura? No barrilete, nos pavimentos ou no térreo? No térreo parece a melhor opção, claro, mas e o custo de levar a tubulação do reservatório superior ao térreo e, depois, do térreo a cada pavimento? E as colunas que antes calculávamos? Como fazemos agora, que cada apartamento deve ter uma coluna individual? Se meu prédio tem 150 apartamentos, sairão 150 colunas do barrilete???

Muitos profissionais ainda têm dúvidas de como adaptar os novos projetos à Lei que define a medição individualizada de água. E não é para menos – são realmente muitas as mudanças a serem feitas.
Vejamos, a seguir, algumas dessas mudanças e suas implicações.
Com a cobrança individual, agora, além do hidrômetro coletivo (que continua existindo, para contabilizar a água gasta nas áreas comuns dos prédios – pavimentos de uso comum, térreo, jardins, etc.), cada apartamento terá o seu próprio hidrômetro. O hidrômetro individualizado traz uma série de benefícios, tais como:
- redução do consumo de água;
- redução do consumo de energia elétrica;
- diminuição no valor do condomínio;
- satisfação do usuário ao fim do mês;
- redução do volume efluente de esgotos;
- rápida identificação de vazamentos praticamente imperceptíveis;
- responsabilidade social com o uso racional da água.
Os hidrômetros individualizados podem ser localizados no barrilete, nos pavimentos ou no térreo. Segundo estudo realizado por Pereira & Ilha (2009), a localização dos medidores, nesses três locais, quanto ao acesso e leitura, é favorável, desde que seja garantido acesso aos mesmos. No entanto, a localização no térreo tem vantagem em relação ao acesso mais facilitado. Já nos quesitos perda de carga e incremento de materiais, a configuração com medidores agrupados no térreo acaba sendo a mais desfavorável, por conta do maior trajeto das tubulações. A Figura abaixo, retirada do estudo de Pereira & Ilha (2009), apresenta um esquema de como era a medição e a distribuição realizada anteriormente, com o medidor coletivo (MC), e as três possibilidades de localização dos medidores individuais (Medidores no Barrilete: MI-B; Medidores no Térreo: MI-T; Medidores no Hall: MI-H).

Possibilidades de localização dos medidores individuais (Pereira & Ilha, 2009)
Outra mudança importante, além da colocação de hidrômetros individuais, é o caminho que a água passa a percorrer. Antes, tínhamos, de forma simplificada (retirado de Salgado, 2008):
DISTRIBUIDOR PÚBLICO ⇒ REGISTRO DE DERIVAÇÃO ⇒ REGISTRO DE PASSEIO ⇒ HIDRÔMETRO COLETIVO⇒ TORNEIRA DE BÓIA ⇒ CAIXA PIEZOMÉTRICA ⇒ CISTERNA ⇒ VÁLVULA DE PÉ COM CRIVO ⇒ TUBULAÇÃO DE SUCÇÃO ⇒ BOMBAS D’ÁGUA ⇒ TUBULAÇÃO DE RECALQUE ⇒ RESERVATÓRIOS SUPERIORES ⇒BARRILETE ⇒ COLUNAS ⇒ RAMAIS ⇒ SUBRAMAIS ⇒ USUÁRIO
Com a instalação da medição individualizada, passamos a ter:
DISTRIBUIDOR PÚBLICO ⇒ REGISTRO DE DERIVAÇÃO ⇒ REGISTRO DE PASSEIO ⇒ HIDRÔMETRO COLETIVO⇒ TORNEIRA DE BÓIA ⇒ CAIXA PIEZOMÉTRICA ⇒ CISTERNA ⇒ VÁLVULA DE PÉ COM CRIVO ⇒ TUBULAÇÃO DE SUCÇÃO ⇒ BOMBAS D’ÁGUA ⇒ TUBULAÇÃO DE RECALQUE ⇒ RESERVATÓRIOS SUPERIORES ⇒BARRILETE GERAL ⇒ COLUNAS ⇒ BARRILETES NOS PAVIMENTOS⇒ HIDRÔMETRO INDIVIDUAL ⇒ RAMAIS ⇒ SUBRAMAIS ⇒ USUÁRIO
Assim, a “velha” coluna que conhecíamos, que levava a água aos ramais e sub-ramais, passa a não mais existir. A água, agora, sai do barrilete por colunas até os pavimentos, de onde sai individualizada para cada apartamento. Após o hidrômetro, cada apartamento terá o seu ramal. Com isso, se o seu prédio tem 150 apartamentos, a melhor solução é que os hidrômetros individuais sejam colocados nos respectivos pavimentos. Desse modo, não é necessário que saiam 150 colunas do barrilete, mas o equivalente ao número de andares do prédio.
Como se não bastassem tantas novidades, agora que sabemos que cada apartamento tem o seu ramal, como é feito o cálculo da vazão de projeto? Antes, considerávamos os métodos do “consumo máximo possível” e do “consumo máximo provável”. A partir de agora, o dimensionamento do hidrômetro depende da estimativa das vazões de projeto que irão ocorrer no ramal de alimentação das unidades autônomas, em que são abastecidos de forma direta os pontos de utilização da água. Cabe ressaltar aqui que a principal diferença para o antigo método é que os ambientes com diferentes períodos de utilização (banheiros, áreas e cozinhas) são abastecidos pela mesma tubulação. Anteriormente, o cálculo levava em conta ambientes com padrões de uso similares.
Existem alguns métodos para determinação de vazões de projetos em sistemas prediais hidráulicos. Os mais usuais são os empíricos e os probabilísticos. Para quem quer entender melhor sobre isso, recomendo fortemente a leitura do artigo Sistemas de medição individualizada de água: Como determinar as vazões de projeto para a especificação dos hidrômetros, publicado por Ilha, Oliveira e Gonçalves (2010).
Com base nessas informações, percebemos que as modificações necessárias para a introdução da medição individualizada nas edificações são muitas, quando comparadas ao projeto tradicional, com medição coletiva. É por esse motivo que adaptar as edificções existentes para realizarem este tipo de medição é uma tarefa extremamente complicada. O melhor, por enquanto, é investir nas novas edificações.
(Fonte: http://www.aquafluxus.com.br/cobranca-individual-de-agua-entendendo-como-funciona/ - acessado em 26/05/2016)
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